Ontem choveu 15 dias.
Sem trégua aparente,
Como um longo repente,
De longas sentenças e
Orações frias.
O céu não vai mais abrir,
O sol não vai mais sorrir.
O guarda-chuva é pequeno demais,
A tempestade agora corre atrás.
Antes eu trazia um motor no lugar
Do peito.
Afogado, seu barulho não afasta
Nem a mais nefasta formiga que
Repousa sobre os ponteiros do relógio.
O tic tac do passado mantém
Meu corpo sentado e declama
Em duas sílabas o sibilo do silêncio,
Intenso como o mais sóbrio grito,
Como há de queimar um incenso.
Creio que seja a hora de parar
De tentar me entender, de descobrir
O fundamental e guardar todo esse mistério
Num fundo mental.
Se um dia me julguei culto,
Joguei com insultos e bati a porta,
Hoje durmo com a revolta e à espera
De um vulto ou da tua volta.
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