sexta-feira, 27 de março de 2009

Desconfiança

A desconfiança é como um sapato/que muda conforme a ocasião/, mas que está sempre apertado/no dedão.

Amor-próprio

O melhor do amor-próprio é o fato dele ser um cargo vitalício.

Liberdade

Liberdade é criar suas próprias regras.

Silêncio da alma

Existe um só silêncio que grita alto, que dói lá no fundo.
Um silêncio que extermina certezas, desafia a razão.
Um silêncio que congela o mundo todo, que finda a esperança.
Um silêncio que desnorteia, ensurdece: o silêncio da alma.

Atemporal

Com o tempo, aprendemos que a amizade é à prova de tempo.

Brincando de esconder

O futuro é mesmo um ser astucioso: quanto mais procuramos por ele, mais nos perdemos do presente.

Festa à fantasia

A saudade é o passado que brinca de se fantasiar de presente.

quinta-feira, 26 de março de 2009

Saudade

A saudade é um espelho retrovisor.

Arrependimento

O arrependimento é uma porta que só abre por dentro.

terça-feira, 24 de março de 2009

Olho Mágico

Da porta pra cá,
O mundo é do jeito
Que se mostra.

Da porta pra lá,
É do jeito
Que eu quiser.

sábado, 21 de março de 2009

No final das contas

Cada fim é uma nova chance de encarar o mundo com outros olhos.

Quem me quer?

Bem me quer, mal me quer...
Bem me quer, mal me quer...
Bem me quer...
Mal me quer...
Agora eu que não quero mais!

quinta-feira, 19 de março de 2009

Gritando Verdades

Tenho algo entalado na garganta.
Algo como um míssil teleguiado, extremamente certo de seu alvo e convicto de sua missão.
Aqueles que agora tapam os ouvidos com força, revelam o medo de que essa explosão ecoe tão alto que lhes mostre a verdade.

sábado, 14 de março de 2009

(In)violável

A justiça é um baú trancado com um cadeado de papel.

Esperança

A esperança é um relógio analógico alimentado por uma bateria chamada fé.

Amor

O amor é um relógio de corda.

Dois

Quero estar aqui,
Quando o futuro chegar.
Não quero mais atropelar
O presente que não vivi.

Quero estar aí,
Quando meu mundo virar dois
E nós dois virarmos
Um.

Solidão

A solidão é um tênis desamarrado em um ônibus lotado.

Dialética

Classifico-me como um sendo-humano.

A questão de ser humano

Ser humano é ser o que, afinal?
É sentir?
É não sentir?
É ser, é não ser?
Qual a questão?
Se é que ela por um acaso existe...

Quebra de protocolo

O futuro é um cisco nos olhos da rotina.

Me vê futuro, por favor. Pra viagem!

Quantas vidas,
A vida tem?
Quantas vidas,
O tempo tem?
Quantas vidas,
O amor tem?
Quantas vidas,
O passado tem?
E quantas o presente nos rouba a cada dia?
Não importa,
Pois a vida se renova sem pedir licença.
Isso é futuro.
Completamente incerto, mas absurdamente cheio de vida.
E eu só quero abrir quando chegar em casa.

terça-feira, 10 de março de 2009

Quem dirige? (A vida)

Dizem que as coisas são passageiras.
Disso eu sei.
Mas o que fico em dúvida, é se eu sou o motorista.

quarta-feira, 4 de março de 2009

O nascimento da poesia

A tinta corre de encontro ao papel.
Sedenta de descobrimento, intoxicada de mistério.
Mescla-se com a pureza de algo intocado, um universo indiscreto, indescrito.
Desbrava o vir-a-ser, antecipa o futuro, conta o presente, traz à tona o passado.
A cada nova curva, um novo propósito.
A cada novo traço, um novo dizer, um indefinido sentir, que desemboca em um verso desenfreadamente etéreo.
Verso que externa o que se resguarda lá dentro, o que se esconde do mundo.
Verso que conta o incontável, que comunica o infactível, que executa o inimaginável.
E que agora, é verso seu.
Verso meu.
Verso da poesia que nasceu.
E viverá eternamente.
Seja no papel ou no coração de quem já morreu.

Sincronicidade imaginária

É engraçado quando os dias da semana coincidem com os dias do mês.
Quarta-feira, dia 4.
Esse paralelismo exala um estranho sentimento de que as coisas estão se acertando.
E de que a vida divide a mesma estrada que eu.
Sorte a nossa.

Monossilábico

Ultimamente as pessoas andam falando muito e dizendo pouco.
E eu, entendendo menos ainda.

terça-feira, 3 de março de 2009

Meu (Admirável mundo novo)

Aquela vitrola não arranha mais meu vinil preferido.
A luz daquela janela não me traz mais uma completude imaginária.
Os passos que correm o caminho, agora rumam pra lugar nenhum.
Minha camiseta preferida já não veste mais tão bem.
O sonho que eu adorava sonhar, não passa de uma breve lembrança.
Mesmo assim, meus olhos não querem mais se fechar para um mundo que eu descobri.
Um mundo que não gira sozinho.
Porque esse mundo sou eu.

Certeza de ser incerto

Não tenho certeza de nada.
Não faço questão de correr contra o tempo, mas não deixo mais ele me atropelar.
Meu presente, ainda está se decidindo se pára no tempo e vira passado ou se adianta o relógio e põe um pé no futuro.
Não sei mais quem sou e não penso em quem serei.
Troquei minhas certezas por dúvidas e minhas dúvidas por possiblidades.
Não tenho mais certeza de nada e percebi que nunca tive.
Mas agora, isso não me apavora mais.

domingo, 1 de março de 2009

Bomba de amor

Nosso coração é uma grande bomba de amor.
Passamos a vida alimentando-a.
Quando ela, finalmente, explode dentro de nós, podemos compartilhá-la com quem merece os estilhaços.