sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Meu Futuro Tem Saudades de Você

Sua ausência criou um novo tempo:
Presente imperfeito.
Agora, cada pedaço do meu antigo coração
De aço sente falta do teu peito.

Entre voltas e revoltas pálidas,
Ouço tua voz atrás da porta,
Faço planos pra uma missão falida,
Grito tanto que meu pulmão não me suporta.

Meus limites estão cercados por muros,
Linhas imaginárias onde não mais se crê
Que mesmo lá de longe, com um simples murmuro,
Meu futuro tem saudades de você.

2 comentários:

  1. O incrível é que você é o primeiríssimo poeta que eu encontro pela rede cujos poemas eu curti logo de cara. Não precisei fazer um "esforcinho" pra gostar. Dá pra ver o trabalho que você tem com a rima, um trabalho que eu, aliás, adoro, porque é gostoso, é revelador (nos seu poema: porta-->suporta, pálida[s]-->falida. muro-->murmuro, crê-->você...)

    E o legal é isso mesmo, rimar substantivo com adjetivo com verbo com advérbio, fazendo (quando possível) rimas preciosas e mantendo aquela sonoridade gostosa do poema.

    Olha, eu não lembro exatamente como eu encontrei o teu blogue, meu caro, mas encontro os blogues da seguinte forma: eu vejo quais outros blogues cada seguidor meu segue também, e depois entro em todos os blogues que eles seguem e procuro todos os blogues que esses caras seguem também... e assim ad infinitum... (até minhas energias, minha paciência e meu tempo acabarem, o que leva horas de imersão em textos e cartuns e o que houver mais...)

    De tal forma qu'eu já "pisei" em centenas de blogues. E o teu se destacou logo de cara dos demais tanto pela tua assiduidade poética (admirável!), quanto, principalmente, pelo teor poético do que você escreve. É raro isso.

    Com certeza você é um cara com ótimos hábitos de leitura. Quanto melhor o cara escreve, mais ele leu e mais ele conhece do universo literário - e literatura, pra mim, não engloba só "clássicos", não. Nos quais, aliás, eu sou pouquíssimo versado. Um verdadeiro ignorante. Tenho de admitir.

    Veja bem, não sei se você já leu literatura de cordel, mas é maravilhoso como os caras trabalham as rimas em redondilhas menores e maiores (5 e 7 sílabas/verso), e contam uma história do início ao fim, com todos os devidos detalhes, e mantendo a coesão textual o tempo todo!

    E quando é uma historinha bem-humorada, vira algo hilário! Tem um chamado "A Nega de uma Teta Só"... cara, o maluco que escreveu aquilo é um gênio... ele consegue pôr Stálin, Hitler, Mao e tudo quanto é mais ditador na história, dizendo que se "eles tivessem mamado na teta da nega de uma teta só", eles jamais teriam sido tão malvados... e ele rima o nome de todos eles... sem forçar a barra! (o que é o mais difícil na hora de rimar um poema)

    Abraço, meu caro! Que tua vida espelhe sempre a tua Arte.

    hahaha... é isso aí, cara! Sublimemos e vivamos!

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  2. Sou de Sampa, sim, mas tenho umas interjeições do interior de SP, outras do NE de MG (família espalhada é fogo! rs), até uma e outra carioca (por causa de amigos que ficaram muito tempo por lá)...

    Olha, os contos do Dalton Trevisan eu sempre admirei. Pela precisão cirúrgica do cara, o humor sagaz. De todos os autores que você citou, ter lido eu li com atenção e fruição só o Pessoa e o Leminski. Li uma e outra coisa do Millôr, da Clarice e do Quintana, mas a Martha Medeiros é ainda uma incógnita pra mim. Vamos ver, posso aproveitar e pegar livros desses autores na biblioteca da FFLCH este ano.

    Eu estou no segundo ano de Letras na usp, habilitação Português + Armênio. Mas não pense que fazer letras é sinônimo de escrever bem, ler muito, ser eloquente, nem nada disso. Lá tem todo tipo de gente como tem todo tipo de gente em (praticamente) qualquer lugar do Brasil. Tem gente que fala melhor do que escreve, gente que escreve melhor do que fala (como eu), e gente que nem curte ler nenhum livro, não. Lê só os textos (muitas vezes entediantes.. rs...) que os professores passam, e ficam nisso mesmo.

    Sei lá, né? Ler e escrever, eu acho, é um gosto desenvolvido e aprimorado. Mas antes de qualquer coisa a pessoa tem de gostar, acreditar naquilo que ela faz. Recentemente eu deixei de seguir um blog cujo nome é "Acervo de Coisas Não importantes", ou algo assim. O cara também envereda pela poesia. Mas péra aí... se o cara não acredita nos versos que escreve, na Arte que propõe, por que razão do mundo eu perderia meu tempo lendo o cara??

    Não faz sentido... eu acredito no que faço, e você já deixou claro que leva a brincadeira literária a sério. A gente brinca, brinca, mas aposto que você também não daria o título de "não importante" ao que faz... sei lá... tem que ter um reconhecimento do próprio trabalho.

    A gente vai se falando nas postagens seguintes. \O/

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