sem ênfase
tudo é
fase
quarta-feira, 30 de maio de 2012
terça-feira, 29 de maio de 2012
teu nome se perdeu na minha boca
teu nome se perdeu
na minha boca.
agora ele fica
circulando e
circulando
por ali,
entre um suspiro
e outro entre
um segredo e
outro.
teu nome se escondeu.
atrás dos meus
dentes dos meus
músculos
sob a língua.
teu nome é essa
íngua que me
inflama esse
vírus que me
acomete.
teu nome se perdeu
na minha boca.
secou a saliva
enrugou a garganta
ressecou as gengivas.
teu nome se entranhou
nas minhas cordas vocais
rachou meus lábios
sumiu com o meu
sorriso.
teu nome se perdeu
na minha boca
e não consegue
sair.
na minha boca.
agora ele fica
circulando e
circulando
por ali,
entre um suspiro
e outro entre
um segredo e
outro.
teu nome se escondeu.
atrás dos meus
dentes dos meus
músculos
sob a língua.
teu nome é essa
íngua que me
inflama esse
vírus que me
acomete.
teu nome se perdeu
na minha boca.
secou a saliva
enrugou a garganta
ressecou as gengivas.
teu nome se entranhou
nas minhas cordas vocais
rachou meus lábios
sumiu com o meu
sorriso.
teu nome se perdeu
na minha boca
e não consegue
sair.
segunda-feira, 28 de maio de 2012
lugar-pessoa
é lá que
a vida fulge.
é lá que
o medo foge.
é lá que
eu me
perco.
é lá que
eu me
encontro.
é lá que
a realidade
transborda.
é lá que
o sonho
transforma.
é lá que
meus joelhos
amolecem.
é lá que
minhas lamúrias
adoecem.
é lá que
o sol brilha
doce.
é lá que
nada seria
se lá não
fosse.
é lá que
o futuro
espera.
é lá que
o presente
estala.
é lá que
a chuva
lava.
é (pra) lá que
o peito
leva.
é lá.
ela.
a vida fulge.
é lá que
o medo foge.
é lá que
eu me
perco.
é lá que
eu me
encontro.
é lá que
a realidade
transborda.
é lá que
o sonho
transforma.
é lá que
meus joelhos
amolecem.
é lá que
minhas lamúrias
adoecem.
é lá que
o sol brilha
doce.
é lá que
nada seria
se lá não
fosse.
é lá que
o futuro
espera.
é lá que
o presente
estala.
é lá que
a chuva
lava.
é (pra) lá que
o peito
leva.
é lá.
ela.
sexta-feira, 25 de maio de 2012
quinta-feira, 24 de maio de 2012
terça-feira, 22 de maio de 2012
segunda-feira, 21 de maio de 2012
sexta-feira, 18 de maio de 2012
o sal do mundo
toda lágrima
tem o peso
do mundo.
pois pouco
importa
o mundo
porta afora.
importa
o mundo
daquela hora
daquele segundo.
tem o peso
do mundo.
pois pouco
importa
o mundo
porta afora.
importa
o mundo
daquela hora
daquele segundo.
existir no outro
de repente
a gente
se pega existindo
mais nos outros
– ou num outro
só –
que em nós.
a gente
se esquece de que
certamente
uma coisa existe na outra
desigualmente
de um jeito diferente
obtuso
total e completamente
confuso.
quando isso
acontece
parece
que a nossa existência
perece.
a gente não consegue
existir completamente
em nós
nem no outro
igualmente.
viramos um pedaço
semi-existente
mutilado
inconsciente
ambulante
buscando encarnar
num novo
presente
– ou só encarnar
novamente –.
como isso doi.
querer
– às vezes precisar –
que o outro exista
na gente
exatamente
do mesmo jeito
da mesma forma
do mesmo modo
que a gente
existe
no outro.
a gente
se pega existindo
mais nos outros
– ou num outro
só –
que em nós.
a gente
se esquece de que
certamente
uma coisa existe na outra
desigualmente
de um jeito diferente
obtuso
total e completamente
confuso.
quando isso
acontece
parece
que a nossa existência
perece.
a gente não consegue
existir completamente
em nós
nem no outro
igualmente.
viramos um pedaço
semi-existente
mutilado
inconsciente
ambulante
buscando encarnar
num novo
presente
– ou só encarnar
novamente –.
como isso doi.
querer
– às vezes precisar –
que o outro exista
na gente
exatamente
do mesmo jeito
da mesma forma
do mesmo modo
que a gente
existe
no outro.
quando o silêncio pede a palavra
ouço tudo,
querida.
que não sou
que não somos
nada.
ouço
teu soluço
me roubar
o ar,
teu mar
de impasses
me salgar
as feridas.
ouço você
se afogar
(em lágrimas)
achando
que assim vai
se salvar.
eu ouço tudo
tudo tudo tudo
o que for
preciso.
mas por
favor
por Deus
por mim
não me obrigue
a ouvir o teu
silêncio.
querida.
que não sou
que não somos
nada.
ouço
teu soluço
me roubar
o ar,
teu mar
de impasses
me salgar
as feridas.
ouço você
se afogar
(em lágrimas)
achando
que assim vai
se salvar.
eu ouço tudo
tudo tudo tudo
o que for
preciso.
mas por
favor
por Deus
por mim
não me obrigue
a ouvir o teu
silêncio.
quinta-feira, 17 de maio de 2012
paichão
paixão
que é
paixão
joga
no chão
tira a roupa
rouba o ar
rouba a cena
vai embora
e não acena.
vem
te testa
e te deixa
nu
sentado
com um beijo
na testa
procurando
o fôlego
que
- nem sempre -
resta.
porque
paixão
que é
paixão,
quando acaba
a gente pede
um tempo
- e perde
um tempo -
a sós
pra ter certeza
se quem
se foi foi
a paixão ou
fomos nós.
que é
paixão
joga
no chão
tira a roupa
rouba o ar
rouba a cena
vai embora
e não acena.
vem
te testa
e te deixa
nu
sentado
com um beijo
na testa
procurando
o fôlego
que
- nem sempre -
resta.
porque
paixão
que é
paixão,
quando acaba
a gente pede
um tempo
- e perde
um tempo -
a sós
pra ter certeza
se quem
se foi foi
a paixão ou
fomos nós.
domingo, 13 de maio de 2012
lobotomia
toda memória
é cicatriz.
uma marca
uma história
que ficou
porque quis.
um sorriso
uma fala
que o tempo
não diz
(mais).
um gosto
um rosto
que se foi
sem ir.
toda memória
é cicatriz.
que,
por um triz,
ainda dói.
é cicatriz.
uma marca
uma história
que ficou
porque quis.
um sorriso
uma fala
que o tempo
não diz
(mais).
um gosto
um rosto
que se foi
sem ir.
toda memória
é cicatriz.
que,
por um triz,
ainda dói.
sábado, 12 de maio de 2012
ana
assim
que nasci,
quem
começou
a crescer
em mim
foi você.
bem no centro
no meio
do peito do lado
de dentro.
você.
tua carne
tua alma
meu cerne
minha calma.
tudo meu
tem você.
porque se
não tem
não é meu,
meu bem.
tudo
tudo
tudo
cada passo
cada osso
cada traço
cada nervo
cada pulso
cada movimento
cada impulso
cada momento.
tudo teu.
minha gênese
tua
minha origem
tua.
início
e
fim
e
assim
vai ser
até quando
Deus quiser.
que nasci,
quem
começou
a crescer
em mim
foi você.
bem no centro
no meio
do peito do lado
de dentro.
você.
tua carne
tua alma
meu cerne
minha calma.
tudo meu
tem você.
porque se
não tem
não é meu,
meu bem.
tudo
tudo
tudo
cada passo
cada osso
cada traço
cada nervo
cada pulso
cada movimento
cada impulso
cada momento.
tudo teu.
minha gênese
tua
minha origem
tua.
início
e
fim
e
assim
vai ser
até quando
Deus quiser.
terça-feira, 8 de maio de 2012
segunda-feira, 7 de maio de 2012
sábado, 5 de maio de 2012
pousa
toda coisa
vem assim
meio insegura.
não sabe se vai
nem se fica.
então,
quando vier
e valer,
se estica e
segura.
porque tem coisa
que vem e não fica.
só pousa.
edifício
é difícil
existir.
a vida é
insegura
além da conta.
ora dói
ora cura.
ora é lisa
ora cheia de ponta.
é difícil
existir.
tudo é pressa.
ou se existe agora,
neste segundo
e ponto
ou se desiste dessa
de existir
e pronto.
é difícil
existir,
assim, no infinitivo,
pois não se pára para
existir.
só se existe
existindo
- e isto é definitivo-.
é difícil
existir
com todo esse tchau
e todo esse oi
do presente
que devia ficar,
mas já foi.
quinta-feira, 3 de maio de 2012
busca
a vida é
uma procura
sem cura.
busca desesperada
por achar até
que se ache
não precisar mais.
procura desenfreada
por tudo que carrega
– em sua natureza conferida –
uma possibilidade remota
de não ser achado.
porque o homem
vive
– à medida e só –
enquanto procura.
pois quando (se) encontra
– pouco ou nada –
dura.
uma procura
sem cura.
busca desesperada
por achar até
que se ache
não precisar mais.
procura desenfreada
por tudo que carrega
– em sua natureza conferida –
uma possibilidade remota
de não ser achado.
porque o homem
vive
– à medida e só –
enquanto procura.
pois quando (se) encontra
– pouco ou nada –
dura.
o tempo das coisas
as coisas morrem
porque se cansam
de ser.
pouco
(ou nada)
têm a ver
os relógios que contam
o tempo que escorre
dos olhos
dos homens
– tempo que corre
se conta e
se desconta
inteiro e
sem qualquer
ponteiro –
porque o tempo
das coisas
está
no destempo
de ser e de
estar
na iminência
de acontecer.
porque
as coisas
são o tempo
das coisas.
porque se cansam
de ser.
pouco
(ou nada)
têm a ver
os relógios que contam
o tempo que escorre
dos olhos
dos homens
– tempo que corre
se conta e
se desconta
inteiro e
sem qualquer
ponteiro –
porque o tempo
das coisas
está
no destempo
de ser e de
estar
na iminência
de acontecer.
porque
as coisas
são o tempo
das coisas.
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