quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Amar é para poucos

Nada te prende
A mim.
Nem que costurássemos
Coração com coração.
Nem assim.
Você estaria presa
A mim.
Então corre.
Corre enquanto
É tempo.
Enquanto o laço
Ainda é novo.
Enquanto o sofrimento
Ainda é pouco.
Corre.
Enquanto você
Só pensa em quanto.
Em quanto amor
Existe.
(Se existe)
Em quanto o amor
Resiste.
(Se resiste)
Corre.
Porque amar
É para poucos.
E talvez eu não
Seja um desses.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Amor não é
O bastante.
Vontade não é
O bastante.
Verdade não é
O bastante.
Razão não é
O bastante.
Perdão não é
O bastante.
Hoje não é
O bastante.

Viver não é
O bastante.

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Suas Quatro Estações

Você.
Linda como
Uma primavera
Recém-chegada.
Viva.
Desabrocha
E espalha sorrisos
Pelo chão.
Bagunça.
Passa e dança.
Numa valsa de olhares.
Num tango de amores.
Fica.
Traz o verão.
Quente.
Sua.
Podia ser minha.
Brilha.
Traz o Sol
No olhar.
Esfria.
Chega o outono.
Passa.
E você tira
As folhas para dançar.
Some.
Ficam as árvores.
E os galhos.
E as coisas todas
Esperando você
Voltar.
Chega.
O inverno.
Chega e não passa.
Noites longas.
Mais tristes que
As mais melancólicas
Milongas.
Fico.
Eu.
Só.
De rimas
E versos
Vazios.
Nus.
Ansiosos
Pela próxima
Primavera.

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Meia vida
De tantos.
Uma vida
De quase.
O encanto
Do enquanto.
Viver está longe
De ser
Absoluto.
Desconfio.
De para sempre
E de nunca mais.

Para estar um passo
À frente,
Tenho sempre um pé
Atrás.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Não choro
Por quem
Não devo.
Não oro
Por quem
Não amo.
Não corro
De quem
Não temo.
Não morro
Por quem
Não tenho.

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Finge

Você finge
Que tenta,
Eu finjo
Que acredito.
Você finge
Que pensa,
Eu finjo
Que evito.
Você finge
Que é,
Eu finjo
Que somos.

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Onde se esconde a verdade

Quem é cheio
De poréns
É cheio
De porões.

De nada

Eu fiz
De tudo.
Obrigado.
E você,
De nada.