sábado, 30 de janeiro de 2010

Se eu falei destino foi sem querer

Já vi esse filme antes.
É sobre um tal de destino.
Promessas gigantes,
Flores, igrejas e um sino.
Felizes semblantes,
Convicções em forma de hino.
Católicos e protestantes,
Praticantes do amor inteirino.
Passam a vida esperando o dia D,
Quando a vida vai se encarregar de
Tudo e unir quem realmente se vê
Juntando as escovas de dente num apê
De dois dormitórios, com papel de parede em degradê.
Foi-se o tempo dos encontros programados,
Dos amores e desamores vividos,
Dos beijos roubados e mistérios desvendados.
Só se fala em desventuras rendidas,
Perspectivas invertidas
E grandes situações repetidas.
Quem eu quero encontrar mora perto,
Transita pela rua debaixo e pelo meu peito.
Sei como se veste, o que detesta e se estou certo
Quanto ao que se passa dentro de seu universo incerto.
Sei o que deixou de gostar, se morreu ou só está quieto.
Quem eu quero encontrar está me esperando logo ali e eu tô esperto.
Já vi esse filme antes.
É sobre um tal de destino.
Vou rápido mudar de canal
Pra parar de achar que meu amor é banal
E a vida tem o poder de construir um belo casal,
Encher de flores o quintal
E encontrar meu amor no meio desse vendaval.

3 comentários:

  1. Eu vou de vinicius:

    Que seja eterno enquanto dure.

    um abraço!

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  2. O problema de mudar de canal é que o filme vai continuar rolando... você só não irá vê-lo. Rs... gostei. O começo de um poema são as portas de entrada, e jamais deixa de me impressionar:

    "Já vi esse filme antes.
    É sobre um tal de destino.
    Promessas gigantes,
    Flores, igrejas e um sino.
    Felizes semblantes,
    Convicções em forma de hino.
    Católicos e protestantes,
    Praticantes do amor inteirino."

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  3. É, admito que adorei o início do poema.
    Depois larguei um pouco a mão, mas tudo bem, quis que fosse mais solto.
    E seu comentário é verdadeiro: o filme VAI continuar rolando.
    hahaha.

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