quarta-feira, 22 de agosto de 2012

noite noite

tem noite que é
mais escura que a noite.
eventualmente
– deitado de bruços
sobre os braços
ou de lado –
ouço lentamente
o negrume que a mim
se une
e rasteja rente
ao pé da cama.
indago inseguro:
de onde vem
todo esse escuro?
da rua ou
das esquinas de mim?
da noite lá fora ou
da madrugada que dorme
(sob
sobre e dentro de)
mim?
enterro o rosto no colchão
pergunto alto aumento o tom
mas não me ouço
sumo por inteiro.
minha solidão
é um grito preso
no travesseiro.

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