terça-feira, 13 de setembro de 2011

...

Noite vazia.
Úlcera estrelada.
Como brilha essa falta.
Borboletas me rasgam
O estômago.
Sumo numa escuridão
Que ofusca.
Sou uma multidão
Nefasta. Perdida.
Cada gota d'água
Transborda
A complexidade
Sem tamanho dessa paixão.
Ressentida. Ressecada. Reduzida.
Me perco em avenidas de sonhos,
Em becos e esquinas que tento,
Tento, tento e tento
Des-imaginar.
Essa ausência me corta.
Me abre em pétalas
Com uma lâmina afiada
Por milênios de angústias.
Segredos guardados
Num criado-mudo.
Silenciosos.
Trancafiados junto
À esperança.
Te sinto ainda,
Querida.
Como uma ferida
Quente. Aberta. Recente.
Te sinto ainda,
Querida.
Nesse martírio diário.
Excruciante. Lancinante.
Nessa dor reticente.

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