Creio que o tempo não tenha parado nunca, nem mesmo por um segundo.
Não é possível encontrar constância maior, em lugar algum, em espaço algum.
O tempo conta a si mesmo, não sai do próprio compasso.
Cada segundo tem seu espaço, não invade o universo alheio.
Um por um eles se intercalam, se beijam de despedida, cumprem sua missão de, somente, passar.
Passar na nossa frente, na verdade, já que a vida é, indubitavelmente, uma contagem regressiva.
Regresso e progresso, regresso e progresso, é disso que se faz a vida. A todo momento, temos que sobrepor nosso progresso, ao regresso do tempo.
Dizem por aí que o tempo é relativo. Se é, eu realmente não sei, só sei que até hoje, o tempo não parou, nem mesmo por um segundo.
Ainda sim, mesmo que o tão temido fim nos persiga, comemoramos todas as datas que julgamos especiais: aniversários de casamento, aniversários de solteiro, de namoro, de noivado, de nós mesmos, feriados, dias inventados e muito mais.
Celebrar a proximidade ritmada da morte é um hábito, pensando pelo lado lógico, no mínimo estranho.
Soltar fogos por um ano que chegou ou por um ano que se foi? Comer bolo por um ano a mais de vida ou um a menos?
Vai ver que quem diz que o tempo é relativo, está coberto de razão. Vai ver que, mesmo contra nossa vontade, o tempo não pode parar, senão quem para, somos nós.
sábado, 8 de agosto de 2009
Em Dobro
Existe, lá longe,
Uma presença
Que eu não cobro.
É por isso que meu ano,
Tem "Dia das Mães"
Em dobro.
Uma presença
Que eu não cobro.
É por isso que meu ano,
Tem "Dia das Mães"
Em dobro.
Do Lado Meu
Eu escrevi nossa história, letra por letra.
Escolhi cada palavra com o máximo de cuidado.
Coloquei bastante amor, bastante confiança, alguns segredos e poucas decepções.
Desenhei uma paisagem bem bonita, como aquelas que aparecem nos cartões postais.
Fiz questão de acrescentar muitas estrelas cadentes, poucas noites frias e horas e mais horas de um céu de pintado de arrebol.
Vesti minha melhor roupa. Coloquei até aquelas meias que vovó me dá todos os natais. Passei a escova no cabelo e dei duas borrifadas do meu perfume preferido.
Coloquei você bem do meu lado, com seus dedos entrelaçados aos meus, com nossos olhares se cruzando, com nossos sonhos se completando.
Escrevi tudo isso no infinito de um pensamento, que quando se perde em você, viaja pra longe e te traz pra bem pertinho de mim.
Escolhi cada palavra com o máximo de cuidado.
Coloquei bastante amor, bastante confiança, alguns segredos e poucas decepções.
Desenhei uma paisagem bem bonita, como aquelas que aparecem nos cartões postais.
Fiz questão de acrescentar muitas estrelas cadentes, poucas noites frias e horas e mais horas de um céu de pintado de arrebol.
Vesti minha melhor roupa. Coloquei até aquelas meias que vovó me dá todos os natais. Passei a escova no cabelo e dei duas borrifadas do meu perfume preferido.
Coloquei você bem do meu lado, com seus dedos entrelaçados aos meus, com nossos olhares se cruzando, com nossos sonhos se completando.
Escrevi tudo isso no infinito de um pensamento, que quando se perde em você, viaja pra longe e te traz pra bem pertinho de mim.
terça-feira, 4 de agosto de 2009
Não Procrastinarás
Procrastinar nunca foi do meu feitio. Acho que isso às vezes se torna até um defeito. Um defeito responsável, mas defeito de corpo e alma.
Deixar tudo pra depois me consome. O tempo que eu perco me consome. Não consigo olhar o tempo correr e ficar parado, vendo a vida passar. Tudo passa depressa demais. Imagina se ainda por cima deixarmos tudo pra depois?
Em quase 20 anos de vida, fui extremamente ligado ao passado, mas vivi o presente como ninguém. Não deixo a vida passar sem mim, se é que posso afirmar. Tento fazer de cada minuto, um minuto a mais e não a menos. Além do mais, não sou muito bom com despedidas. Talvez seja isso que me faz correr atrás de cada minuto, pois acho que ficaria louco se tivesse que me despedir de cada um.
Tem gente que vive o antes e o depois e esquece de celebrar o agora, que, na verdade, agora mesmo já se foi.
Esse ciclo temporal é de enlouquecer, principalmente quando envolve sentimento. Aí sim, o tempo não é mais físico. É psicológico. É um tempo que anda no compasso do coração, que conta os passos a cada vez que inspiramos a coragem de ir pra frente e recua quando expiramos a convicção de que somos capazes de seguir.
Esse tempo presente, quando embrulhado num papel fininho de tristeza, é um belo de um presente de grego, pois ao mesmo tempo que parece nunca virar passado, empurra todos os nossos sofrimentos, mágoas e angústias pro futuro.
Sendo assim, passado, presente e futuro entram no infinitivo. O tempo se perde dentro de si, nós nos perdemos dentro de nós. Não sabemos mais o que é real, não conseguimos separar começo, meio e fim. Acho que quando esses três tempos se mesclam, é quando realmente temos alguma noção do tamanho do infinito.
Decepção amorosa é quase o sobrenome do infinito. Custa a passar. Anda a passos curtos, sem vontade. Parece se alimentar da nossa capacidade de olhar por cima do muro, de crescer o máximo que podemos, de corpo e alma. Parece nos impor limites.
Essa parede que se cria ao redor do nosso mundo, real e psicológico, um dia, atinge um ápice que não pode mais crescer, que chega ao máximo de si. Quando isso acontece, é hora de começar a subir, de buscar o sol que ainda brilha lá fora, de não perder mais tempo do tempo que se perdeu de nós. É hora de dar corda no relógio, de rasgar o embrulho de tristeza que a vida enrola a cada vez que sofremos um desamor. É hora de abrir o presente e recebê-lo de braços abertos. É hora de presentear-se com o dom da vida, de perceber que o maior presente que nos cabe a cada segundo, é o segundo seguinte.
Quem ainda crê que fugir da vida é o melhor remédio, já morreu e só esqueceu de se deitar.
Deixar tudo pra depois me consome. O tempo que eu perco me consome. Não consigo olhar o tempo correr e ficar parado, vendo a vida passar. Tudo passa depressa demais. Imagina se ainda por cima deixarmos tudo pra depois?
Em quase 20 anos de vida, fui extremamente ligado ao passado, mas vivi o presente como ninguém. Não deixo a vida passar sem mim, se é que posso afirmar. Tento fazer de cada minuto, um minuto a mais e não a menos. Além do mais, não sou muito bom com despedidas. Talvez seja isso que me faz correr atrás de cada minuto, pois acho que ficaria louco se tivesse que me despedir de cada um.
Tem gente que vive o antes e o depois e esquece de celebrar o agora, que, na verdade, agora mesmo já se foi.
Esse ciclo temporal é de enlouquecer, principalmente quando envolve sentimento. Aí sim, o tempo não é mais físico. É psicológico. É um tempo que anda no compasso do coração, que conta os passos a cada vez que inspiramos a coragem de ir pra frente e recua quando expiramos a convicção de que somos capazes de seguir.
Esse tempo presente, quando embrulhado num papel fininho de tristeza, é um belo de um presente de grego, pois ao mesmo tempo que parece nunca virar passado, empurra todos os nossos sofrimentos, mágoas e angústias pro futuro.
Sendo assim, passado, presente e futuro entram no infinitivo. O tempo se perde dentro de si, nós nos perdemos dentro de nós. Não sabemos mais o que é real, não conseguimos separar começo, meio e fim. Acho que quando esses três tempos se mesclam, é quando realmente temos alguma noção do tamanho do infinito.
Decepção amorosa é quase o sobrenome do infinito. Custa a passar. Anda a passos curtos, sem vontade. Parece se alimentar da nossa capacidade de olhar por cima do muro, de crescer o máximo que podemos, de corpo e alma. Parece nos impor limites.
Essa parede que se cria ao redor do nosso mundo, real e psicológico, um dia, atinge um ápice que não pode mais crescer, que chega ao máximo de si. Quando isso acontece, é hora de começar a subir, de buscar o sol que ainda brilha lá fora, de não perder mais tempo do tempo que se perdeu de nós. É hora de dar corda no relógio, de rasgar o embrulho de tristeza que a vida enrola a cada vez que sofremos um desamor. É hora de abrir o presente e recebê-lo de braços abertos. É hora de presentear-se com o dom da vida, de perceber que o maior presente que nos cabe a cada segundo, é o segundo seguinte.
Quem ainda crê que fugir da vida é o melhor remédio, já morreu e só esqueceu de se deitar.
Agora São Quatro Apontados Pra Você
Você contou meus erros
Um a um.
Gritou meus defeitos
Dia após dia.
Se disse melhor que todos
Palavra a palavra.
Da próxima vez que
Apontar o dedo,
Não precisa me olhar
Olho no olho,
Apenas aponte
Pro espelho.
Um a um.
Gritou meus defeitos
Dia após dia.
Se disse melhor que todos
Palavra a palavra.
Da próxima vez que
Apontar o dedo,
Não precisa me olhar
Olho no olho,
Apenas aponte
Pro espelho.
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