sexta-feira, 18 de maio de 2012

existir no outro

de repente
a gente
se pega existindo
mais nos outros
– ou num outro
só –
que em nós.
a gente
se esquece de que
certamente
uma coisa existe na outra
desigualmente
de um jeito diferente
obtuso
total e completamente
confuso.
quando isso
acontece
parece
que a nossa existência
perece.
a gente não consegue
existir completamente
em nós
nem no outro
igualmente.
viramos um pedaço
semi-existente
mutilado
inconsciente
ambulante
buscando encarnar
num novo
presente
– ou só encarnar
novamente –.
como isso doi.
querer
– às vezes precisar –
que o outro exista
na gente
exatamente
do mesmo jeito
da mesma forma
do mesmo modo
que a gente
existe
no outro.

Um comentário: