quarta-feira, 3 de março de 2010

Aqui

Um sibilo insistente se fez presente
No instante em que você partiu.
Fiquei de peito aberto, vazio.
Me roubou o ar, a solidão desse eterno repente.

O silêncio da alma ensurdeceu os vizinhos.
Chegou de surpresa, veio de mansinho.
A porta que bate não traz você de volta.
Na porta, quem bate, é o som da minha revolta.

Como pode um amor,
Um dia arrebatador,
Fugir acovardado?
Estive eu, sonhando acordado?

A questão é que um coração que amou
Se divide em dois.
Fica metade com quem sou e metade com quem me dou.
Presente do peito, pra agora e depois.

Se hoje, não dividimos mais o mesmo centro,
Fique sabendo que você
Ainda existe. Aqui.
(Dentro).

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