terça-feira, 24 de novembro de 2009

Linha

Equilibrando-se nas beiradas
Dos finais e das chegadas,
O tempo vai contando em círculos
A brevidade da vida.

De hora em hora,
As horas se esgotam
E as memórias remontam
As histórias que um dia contaram.

A cada passo,
O espaço e o aço
Deturpam as distâncias e recortam
As lembranças que esquecemos de cor.

Conforme a vida passa,
O coração perpassa
E a razão embaça
O pára-brisa da alma.

Quanto mais o corpo teme,
Mais a alma treme
E a gente sente
Que o fim chegou.

Quem nunca acreditou,
Agora ajoelha em pé
E descruza os braços de fé
Que um dia a vida cruzou.

O sentido do amor é esse:
Vindo na contramão
Andando em passos de oração
E enchendo de cor o vazio do coração.

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