a morte é uma ferida
em carne viva, quente
que se abre para dentro,
sob a pele, latente.
ferida sem sutura
por sua demasiada profundidade
e complexa estrutura
arde aberta, infinita.
sem compressa que a estanque,
ou cirurgia que no ato a reduza
sangra abundantemente e aflita
cumprindo o dever de ferida difusa.
contra tal ferida
não há como se precaver
pois ela se abre, rasgada,
aleatória, a quem a vida escolher.
no entanto a mesma vida há de trazer
no tempo um sopro macio, antibiótico
que toda dor minimiza e qualquer ferida
ainda que não se feche vê-se reduzida.
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