segunda-feira, 19 de novembro de 2012

novembro (as mãos de Gullar)

se hoje vejo imagens
em poesia
foi Gullar
com sua maestria
de incrustar nas palavras
quadros minúsculos com paisagens
e de transformar versos
(ao tocarem o papel)
em centenas de milhares
de atalhos para tocarmos o céu.
num 18 de novembro
– na Avenida Paulista –
apertei as mãos
que escreveram
datilografaram
– e em mim
indiretamente
e permanentemente
gravaram – 
tantos poemas
as mesmas mãos
que transformaram o espanto
do cheiro de tantos jasmins
do olor do sabor das frutas
(até das bananas podres)
em mágica e lutas.
naquele dia
tudo virou
poesia.

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