domingo, 14 de novembro de 2010

Eterno Retorno

Faz frio aqui.
Tão frio que não posso falar.
Tão frio que meu riso não ri.
Tão frio que me falta ar.

O coração parece meio morto.
Ou meio vivo.
O sangue corre meio torto.
Ou meio viúvo.

Tudo escuro.
É tanto escuro que me cega.
De olhos abertos ninguém enxerga.
De olhos fechados, é tudo meio claro.

A alma sai da alma.
Carne é o que resta.
Carne que infesta e destesta
A tão muda e tão branda calma.

É tudo vazio e intranquilo.
A poeira que se mexe, ensurdece.
As memórias disso e daquilo
Reviram e revoltam o que nunca a gente esquece.

Faz frio.
Um frio chamado vazio.
Que jorra aqui dentro
A cada vez que entro em mim.

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