segunda-feira, 19 de julho de 2010

Sem Métrica

Seus olhos de inverno,
Intensos e indiscretos,
Imensos e secretos,
Orbitam e congelam
Os espaços ao nosso redor.

Seus olhos de inverno,
Frios e vazios,
Nus e antigos,
Ventam e inventam
As memórias dos destroços
Disfarçados de abraços.

Seus olhos de inverno
Encharcados e retorcidos
Borbulham e mergulham em mim,
Em instantes distantes
E lagoas profundas.

Seus olhos de inverno,
Secos e chuvosos,
Fazem florescer sonhos
Em pingos de garoa
Que correm sobre mim
E escorrem como lágrimas
Que carregam o fim.

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