Dentro de pensamentos rendidos, de lacunas que invento.
Sem traços da realidade, sem medo, sem posteridade.
A cada sutil possibilidade de botar os pés no chão,
Me perco de mim, sumo de vista, me encho de vão.
Todas as minhas cópias que se apegam ao fim,
Apagam-se a si mesmas, enfim.
E quando procuro por mim, não existo mais.
Clones vão sucumbindo e eu vou subindo,
Rumando e cantando em direção à paz.
A Terra vai se perdendo num azul cintilante,
Meus olhos buscam aquele crepúsculo antigo.
O coração já não mais bate, nem apanha,
Vai parando no compasso de quem ganha,
[Um lugar ao Sol
Dançando no passo de onde a vida se esvai.Grão a grão a areia vai descendo,
Empurrando a alma por uma ampulheta imaginária,
Desprendendo as memórias e rasgando o peito.
Segundo a segundo, uma luz vai cegando
E minha subida pela escada alada é interrompida.
[São eles, como poderia me esquecer? Meu cordão umbilical com a vida real.
Todas as melhores coisas que errôneamente
Fui procurar num outro mundo qualquer,
[E não me culpo, nem me desculpo.
Pensando que de mil problemas me furtaria,Agora vejo que estão todas
Aqui.
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