segunda-feira, 11 de março de 2013

lembrar sempre

de querer
uma vida
de certezas
trocar planos
e vamos ver
por vamos

sexta-feira, 8 de março de 2013

move-dor

erga
um monumento
adore por
um momento
sua dor
sem ela
você chega
até aqui
com ela
aonde for

segunda-feira, 4 de março de 2013

parte

se
ir inteira
você não
precisasse
se
ao menos
sua sombra
sobrasse

sexta-feira, 1 de março de 2013

circunscrito

nenhum poema
diz tudo.
só consegue dizer
o que sua estrutura
permite
o que não vai além
do seu próprio
limite.
ainda que o poema diga
– em si mesmo
em seu tudo –
é como se tentasse
dizer como se fosse
quase mudo.
sempre haverá
algo (a mais) a ser dito
já que o poema
só existe em si circunscrito.

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Plano B

A-
mar
não tem
plano
B.

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Flor

encontrar a beleza
de cada dor
decidir se o que
lhe abre o peito
em explosão
vai ou não
transformá-lo em flor.

domingo, 17 de fevereiro de 2013

Esqueleto urbano

Dar a um prédio a vida
é algo paradoxal, intrigante.
Inicia-se por seu finalmente:
um esqueleto de vívidas vigas,

Que de morte nada há de trazer
pois é esqueleto de gênese, começo,
no qual pulsa algo quente, um vir a ser,
um tipo de vida latente, de aço.